quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dias pares

O desasjuste...
O sufoco
A vontade
É tudo tão difícil
É tudo tão caro
O abraço
O perdão
A felicidade
Raridades do mundo moderno.

O chocolate é barato
O café é barato
A cocaína é barata
A cerveja é barata
1,50...
?????

Talvez seja por isso!
Agora tudo faz sentido...
Bebida nos dias pares
Só nos pares.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Uma carta

Da janela desse ônibua vejo as estrelas. O céu está tão bonito. Tudo tão calmo. Vejo uma estrela, parece me seguir...será você? Estava em casa, vivendo. Esperava vê-lo daqui a duas semanas e ouvir suas histórias. Suas histórias antigas de gente que nem existe mais. A vida é tão frágil...
Estava longe...não me despedi.
Nós já brigamos tanto. Lembro-me quando escondi seus óculos, quando você ia me salvar do monstro nas minhas noites de medo na fazenda, quando escondi suas ferramentas... eu não era fácil e nem você. Lembro dos passeios, da igreja, das músicas, das balas, dos seus amigos velhos, dos bombons e dos parentes distantes que você insistia que eu pedisse "bença". É tanta coisa. É minha vida inteira.
Fiquei sabendo que você sentiu muita dor e que chorou. Não consigo imaginar. Sempre fui eu quem chorou. Fiquei sabendo também que você queria que eu estivesse lá. Eu não estava. Estou segurando aquela correntinha de ouro que você me deu: "a água do Jordão e a terra de Jerusalém".
Estou indo ao seu encontro, sentir sua mão fria, me despedir.
Não consigo pensar onde você está, o que existe depois...não consigo imaginar. Quero acreditar que você ainda existe e que esteja bem. Eu só espero que você nunca mais sinta dor.
Eu te amo muito e nunca te esquecerei.