terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Um ano

A esparsa névoa...
O alcance não alcança
A alma está enclausurada
Lá dentro.
Será que eu posso?
Aquilo que está quebrado não volta
E eu preciso de tantas coisas...
Às vezes ando sozinha
sinto-me forte e única
Daí me vem o desespero
estou só.
Eu preciso...
quero estar leve...
Para poder falar
Sobre coisas importantes

Meu dia

Eu sinto o som
Sinto a mudança
Sinto a brisa leve
E também o temporal
Sinto as passadas rápidas dos transeuntes
E a aceleração dos carros
Sinto a umidade do ar
Sinto a chuva chegar
Escondo-me e vejo-a passar
Sinto o raio de sol me tocar
Sinto o céu se abrir
Tímido
Sinto a atmosfera pesada
Mas um sorriso alheio e a não sinto mais
Sinto uma falta
Sinto uma falta
Sinta aquela falta
Distraio-me com coisas bobas
Mas a noite me vem
De certa forma
Como sincera expressão dos sentimentos
Muitas lágrimas são contidas
Outras me desobedecem
Tudo parece tão certo
Mas de certa forma está fora do lugar
Alguma coisa falta
Outro dia

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Iluminação

Alguém me disse:
"A vida é uma comédia!"
Será mesmo a discordia
a desordem da vida
a falta de ética
a comédia merecida?

A fase de escória acaba
a fase de desmemória acaba
a fase da mentira acaba
e acabam os desenganos

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Dor

Metade de mim é solidão
a outra metade é em vão
metade de mim quer comer
a outra metade doer
metade de mim...
Não sei de nada
não sei meu nome
não sei onde moro
não sei o que falo
esqueci as palavras
não sei significado de nada.
Estou sozinha.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

"Nós precisamos de alguém
que nos dê segurança
senão a gente dança
senão a gente dança..."
Assim diz a música! Não?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Confusão

Conversas sem propósito
sonhos falidos
decisões fora de contexto
ciúmes falados
palavras ao vento
amores quebrados
filhos que não vieram
foram fixação
coraçoes de mães aflitas
perdidas na terra da contradição
mães que são filhas
decidem o que?
mas ainda não mães
sem filhos.

Pequeno trecho 2

"Sempre fui assim. Nem um pouco vívido porém sempre atento. Minha vida se resumia a biblioteca e a livros e nada mais. Durante muito tempo da minha infância o barulho das outras crianças brincando lá fora me incomodou. O silêncio era meu companheiro e assim foi durante longas datas. São coisas do passado que trouxeram suas marcas. Mas isso tudo não importa mais. Hoje estou aqui sentado nessa poltrona e vejo da janela a velha criada da casa de meus pais -que hoje é minha. Na minha infância era vívida, jovem e sorridente. Hoje é velha, murcha e decadente. Vendo ela carregar com dificuldade com seus braços fininhos aquele balde sinto sua fragilidade e me compadeço. Só por um instante. De fragilidade do corpo eu entendo muito. Sofro dela há anos. Desde meu nascimento."

sábado, 30 de maio de 2009

Amor

Fui ao sabor do vento caminhar pelas bandas de lá. Levei meu lenço que era pra acenar pro pai na hora de embarcar. Peguei todas as roupas e mais coisas q de presente ganhei. Fui de mudança feita q era pra não fazer desfeita e pra parente invejoso não ter o falar. Não fui sozinha não porque epifania sempre tem alguém pra copiar. As moças do lado de cá disseram que eu levava lenço era pra acenar pra moço q por mim fosse passar. As moças de cá não sabem o que pensar. Peguei estrada bem cedo e com coragem, sempre em frente, esperando o q viesse pra enfrentar. Passei por muito chão e por muita cidade também. Andei sete léguas e depois cheguei. Desembarquei. Peguei minhas malas e com a certeza de um destino caminhei firme. Fui pedir informação pro senhor q estava por lá simplesmente por ocasião. Segui sua mão, cabeça erguida com a certeza q conseguira.

Andei muito, levei tombos, perdi a direção. O lenço perdi na estrada e o jeito de acenar pro pai tb. As meninas de cá já não importam mais porque de lá nem meninas tem. E epifanias não tenho mais. E a cabeça erguida já não agüenta mais .

Fui fazer história do lado de lá, como todo mundo. E em um dia ensolarado caminhei com mais vontade porque passou por mim o grande garoto de quem todos falavam. Filho do sábio e da compaixão era alma de ouro. Seu sorriso vinha na minha direção sem desvios nem desculpas. Seu olhar de vitalidade invadia o meu e me emprestava alegrias. Sua marcha me induzia a marchar tb. Seu piscar me chamou. Caminhei por seis dias e seis noites. Segui os passos do alma de ouro. Pedi um pouco de atenção com o receio do leproso. Fui buscar nos livros sapiência pra fazer pedido inusitado. Fui como cão largado olhar nos seus olhos e a sabedoria do livro me abandonou mas, como era o alma de ouro, ele me olhou nos olhos e sem dizer nada me disse tudo. No sétimo dia caminhamos juntos, lado a lado, na direção certa, andando muito, levando tombos, ora tendo epifanias ora não, de cabeça erguida e esbarrando por meninas perdidas do lado de lá. O lenço encontrei em uma de nossas caminhadas lá pelas bandas de São Tomaz e junto meu jeito de acenar pro pai.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Afim, assim, disse sim
O não não foi são, foi sim
e tudo mais o que veio a mim
não foi miragem, foi vontade
e me deixei, eu sei
me deitei
derpertei
e ainda estava alí.
A fumaça de fuligem.
Nada mais importou.
Foram alguns momentos tristes.
Esperei o seu sim
que foi mas não foi.
Que decepção!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Despedida

Pobre homem!
Viu a vida passar
num lampejo
ficou atônito.

Era a marcha
rumo ao caminho final
aquela jovem ia embora
pra sempre
pra sete palmos de terra
pra nunca mais voltar.

Ninguém percebeu.
Ninguém compareceu.
Ninguém se importou.

Ela morreu em carne
E nome.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Aperto

Pobre coração ferido
é coração divido
é confuso
não quer ser amigo
é coração perdido
é sentido

Não esquece
e ponto.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Breve trecho

"(...)Eu sei que vivo num mundo de ilusões, mas eu gosto. Sim! Eu gosto! Joguem pedras, me condenem, pois eu gosto. Tudo no mundo é ilusão. A ilusão é o que move o homem: Deus, dinheiro, ciência, amor, felicidade, cartão de crédito, trabalho, família, contratos, convenções e muitas outras coisas. São criações-ilusões que o homem fez pra se sentir mais completo, para se sentir menos culpado e mais ocupado, para ter pelo quê viver e buscar. E assim eu me iludo o tempo todo: iludo-me que amo e que tudo vai dar certo como poderia dar. Eu vivo intensamente minhas ilusões e assim amei, vivi intensamente essa paixão. Minha culpa é a passionalidade.”

Todos a olharam espantados e ela se sentiu como um animal em uma jaula. Tentou ir embora, mas seu corpo não a obedeceu. Havia se revelado. Dito em voz alta tudo aquilo que pensava e isso não era bom. Agora aqueles que antes lhe atribuíam qualidades e acreditavam em suas próprias mentiras em relação a ela, agora não mais teriam impressões e sim palavras para digerirem e armazenarem assim como lhes fosse conveniente. Isso a incomodava.

Ela iniciara uma discussão que agora pendia para a sua crucificação já que todos resolveram expor, sem motivo nenhum, seus maiores desejos altruístas e dignos de beatificação. Ela se sentia péssima. Permaneceu o máximo possível calada. Depois disso, somente respondendo perguntas com sorrisos amarelos e obrigados, nãos, sins. Escolhera não se defender. Agora entendia uma velha frase que ouvira uma vez: "Toda unanimidade é burra".

E assim seguia se sentido mal, enojada.

Naquela noite fora constante exemplo de insensatez nas conversas alheias.

Passado

Antes fosse o que seria
antes fosse o que queríamos
antes fosse o que pensávamos que fosse
Ah! Como é duro admitir!
Concordar quando não é isso que se quer...
É bem verdade que assim somos:
seres crentes.
Apostamos alto nos outros
mas... sabe... são os outros...
apostamos em incerteza.
Como isso é possível?
A possibilidade nos contenta
e assim seguimos
fazendo planos
fazendo contas
tecendo sonhos
e assim também nos inventamos
ora sendo felizes
ora não.

Além

Toda vida que vai
tem outra que vem
toda fala que sai
tem outra além
toda lágrima que cai
tem outra sem
toda mágica que faz
tem outra que não
toda mente que traz
tem outras que são
toda imagem que é aliás
tem outra indagação.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Mantra

Amar de cansar de deixar
Falar de cansar de escutar
Tentar de cansar de intentar
Esquecer de cansar de lembrar

Sem medida

A vida vivida
é vida sabida
que passa tatuando
quebrando encantos
de que todo mundo tem um lado bom
de que tem gente que tem o tom
é vida que às vezes nos endurece
outras amadurece
com sua verdade certeira
ou com sua rasteira
que nos pega de surpresa
e nos apresenta o chão
ou para o descontrole total da situação
a falta dele.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A verdade

Eu julgo
Tu julgas
Ela julga
Ele julga
Nós julgamos
Sinceros sempre
hipócritas sempre somos.

Homem da minha vida

Janela da alma
espelho perdido.
Falaste torto
eu suspirei...meu pai amigo

O olhar transparece
e a aura escurece.
Cala-te boca!
O espírito enrijece...

Teimosia de dar dó
sufoca que fica só
nunca sai do lugar
seu temperamento é o ó

É criança crescida
de sorriso de lado...
A todos ama
e por todos é amado!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Vontade

(Um dia escrevo aqui o início)
Mas diz o que é sinceridade
honestidade e tudo mais!
O que é respeito?
E se você tem apego
pelas coisas que o acaso te traz...
Porque só assim-
só assim-
poderei me libertar de mim
e enfim...viver!
(Último verso censurado...)

Ficção

Quero um lá menor
um sol
seguido de dó
e um fá.
Toca aí pra mim!
É isso aí mesmo!
Quero entoar uma canção
por simples capricho.
Penso que existo
e por isso
penso que posso cantar...
Tenho o meu violão
é fato!
No entanto a questão aqui é outra...
É que rola o boato
que não sei cantar
só desafinar...
Será?
...
Sim.
É uma verdade.
Não sei cantar
e na desafinação
lidero um clã
que por amanhã mesmo,
lá pelas oito horas,
vai se reunir
em minha casa.
Na minha casa!
Para que possamos
bolar um plano malvado,
eliminar cada músico letrado,
cada cantor afinado
e assim não sermos julgados...
Queremos ser hegemonia
dos cantores desafinados!

2009

Quero sono de inocente
quero amor de Romeu
quero exclusividade de operadora de celular
quero orientação de GPS
quero música toda hora
quero aventura de herói infantil
quero loucura de Hitchcock
quero suspiro de bebê
quero apego de torcedor apaixonado
quero exagero de Cazuza
quero garra de competição
quero correspondência de papel
quero honestidade de Tião
quero cumplicidade de máfia
quero paz de fim de guerra
quero serenidade de Madre Teresa de Cálcuta
quero dinheiro de pobre
quero paixão de amante
quero amnésia de bêbado
quero felicidade de criança no natal
quero esperança de noivo no altar
quero solidão de siameses
quero sabedoria de Dalai Lama
quero desapego de hippie
quero amor de mãe
QUERO A VIDA SEM LIMITES!
Nenhum limite...
Só para ver até onde eu vou!!!
Só para ver até onde eu vou???
Só para ver até onde eu vou...
Será que sobrevivo?

Papo furado

Tantas pessoas passam por nós
tantos rostos
tantas vidas
tantas histórias
tantos filhos
tantas mães
tantos pais/avós/tios/tias/primas/cunhadas/sogras etc.
O que levo comigo?
Levo muitas vidas
muitos tiques
muitas gírias
muitos estilos
muitos paladares
muitas formas de falar oi
Mas o que levo de mais importante
são as sensações
amores amigos
amores retribuídos
e até amores feridos
Levo a sensação indestrutível
que me vem à tona
toda noite de insônia
e me lembra do existir
Você vive aqui
no Planeta Terra
como eu
E agora?

Réquiem

http://www.youtube.com/watch?v=N-mqhkuOF7s
Choro sem querer...
E uma lágrima solitária cai.

É tão solitária que desliza devagar sob meu rosto
quer que alguém a veja
que esse alguém perceba sua descida ao abismo
e a pegue em seus dedos.
Que esse alguém dê algum sentido ao seu destino
fadado ao suicídio.

O suicídio se concretiza...
Não há ninguém.
Ela deixa saudades.
A saudade transborda
e os pesares dos seus
é maior que qualquer vontade de ser feliz.

Então choro...
Choro para poder unir laços
laços despedaçados com o suicídio
e após toda a cena altruísta
e as honrarias à lagrima suicida
sinto-me leve...
Dever cumprido!

Provoquei um suicídio.
Criei um caos.
Fortaleci laços.
Uni os seus.
Por que chorei um litro?
Contra minha vontade...Claro!
Eu que sou contra suicídios...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

10 de fevereiro de 2009

Eu já tentei de tudo
eu juro!
Já me expus demais...
Já tentei falar pro mundo
Coisas que me seguro
na hora do apuro
pra não falar.
Eu queria que você não fosse surdo
e que por um segundo
fosse aquele que me ouvia mais.
Não sei se me faço entender
mas é que sofrer-
sobre isso posso dizer-
é mais complexo que o "se abater"...
Só me permito falar
que existem erros grandes demais.

Um certo João

Sem jaqueta de couro,
com blazer engomado,
o João não é papo furado.
Entra pela porta,
diz seu nome alto,
pisa firme, levanta a poeira do asfalto!
-MEU NOME É JOÃO!!!
E em coro diz a multidão:
-SEU NOME É JOÃO?
E pergunta um curioso baixinho sem profissão:
-Quem é esse tal de João?
-É aquele que canta?
-É aquele que dança?
-É aquele que anda?
-É aquele que pede?
-É aquele que escreve?
-É aquele que se enaltece?`
-É aquele que chora?
-É aquele que implora?
-É aquele que te ignora?
-É aquele diz obrigado?
-É aquele que fica calado?
-Ou é aquele que diz "toma aí um bocado"?
Eis que desce do céu um figurão!!!
Abre a boca como se fosse proferir um sermão
porém, para o espanto de todos,
sua grandeza o imprimia uma enorme vagareza
e com poucas palavras lentas,
espassadas e,por sinal, muito bem encadenadas,
esclarece a confusão com grande destreza:
-ESSE É O MEU JOÃO!!!
E para o alívio geral da nação
(o que inclui a multidão
e o curioso baixinho sem profissão)
Não será nada mais que oração de ateus,
o mal entendido de Joãos,
porque agora ele é o João de Deus!

Sala de estar sem estar

Fosse o que não fosse
porém muito maior que nós!
Caberia a mim uma frase desmedida?
Versos desmedidos?
Não sei...
Faço-te promessas falidas
que dentro do peito apertam
são vontade incabida...
Entretanto... não passam de vontade de mudar.
Estou presa...
Estou faminta...
Estou perdida...
Tenho tantos planos!
Meus planos não passam de idéias pequenas...
(Assim como eu)
que insistem em me atordoar!