quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Perdão

Talvez quando eu envelhecer
quando minhas pernas não suportarem mais o meu peso
quando as rugas mostrarem o que eu vivi
quando as palavras forem raras
quando a dúvida me atormentar todos os dias
quando nada me acalentar diante do fim
quando o presente for um passado muito distante
eu saberei o por quê.
Ou talvez simplesmente me conforme
e me contente com a esperança de poder recomeçar tudo de novo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Feliz?

É duro admitir...
Choro hoje, chorei ontem e chorarei amanhã.
Tenho alguns problemas
Não tenho nenhuma solução...
Faço o possível
mas o possível não é o suficiente para me alegrar.
A felicidade existe.
Já provei seu sabor.
Não é amargo como agora
nem fugaz como momentos alegres
é completa paz
é serenidade
é a certeza
é quando o coração aperta.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Vai

Vai em frente
sigo o mundo
sigo o burro
segue a vida
siga o nome
siga a linha
segue o vento
segue o cheiro
seguimos...
espera!
parou
o mundo deu uma volta
estamos no mesmo lugar.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sem cor

Seus olhos são profundos
eu com sobrancelhas cerradas
te encaro.
Seu mundo é um mistério
é intenso
tragando tudo.
Temos um trato.
Transfiro todo meu ódio
Transfiro toda minha afeição
Transfiro todo meu amor
a um objeto...
Eu estou sozinha
Logo hoje.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Um

A perdição do mundo está em mim
a expressão serena
a calmaria
O desespero é só uma palavra
o que sinto é maior.
Falo de futilidades
porque todos ao meu redor o são...
inclusive eu.
Sinto-me melhor sozinha
Pensando sozinha
Lendo sozinha
Sendo sozinha
Disseram-me que ninguém é sozinho
que o pensamento sozinho é um órfão
um órfão no corredor da morte
Espero que não...
Preciso da solidão
Minha lógica é minha
e meu "desespero" também.

domingo, 13 de março de 2011

Um comentário (pessoal) apenas

Falta...
Hoje vi uma cena no mínimo muito triste na TV. Uma mulher havia tido um namorado, o primeiro, aos 14 anos, mas eles acabaram terminando porque ela era muito ciumenta. 
Depois de um fatídico episódio em que após uma apresentação de sua irmã e de seu então namorado em um circo (????) em cima de cavalos (????) a irmã havia furado a calça e o então namorado, como um bom cavalheiro, cedeu sua jaqueta para que a irmã da namorada amarrasse na cintura e assim escondesse o furo. A namorada morta de ciúmes brigou com o namorado e eles terminaram. Bom disseram que foi por isso o término... Passaram-se 35 anos e a mulher, agora viúva, gostaria de reencontrar esse primeiro namorado. 
A mulher estava super emocionada como se fosse reencontrar seu príncipe encantado. Mas o que chamava a atenção era como estava à vontade o ex-namorado, ex-radialista, adorando os holofotes. Após muita enrolação chegou o momento em que os dois iam se rever. Ele... velho mas até simpático. Ela bem sofrida e alguns quilinhos mais gorda como podia se verificar pelas fotos e como ela mesmo disse. A coisa que não me saia da cabeça: passaram-se 35 anos e ele não tinha nenhum filho e nunca havia se casado. 
Ele falava como eram maravilhosas as garotas do programa e que o apresentador deveria sempre estar rodeado de pessoas bonitas (se deliciando com a atenção!).  
Por todo o contexto, não sei se consegui expor bem, eu já estava com pena da mulher. Ela já havia dito que teve um casamento infeliz, que nunca havia parado de pensar no tal ex-namorado, que havia sido traída pelo marido (que havia morrido), entre outras coisas. Havia colocado esperança em um homem que conheceu há 35 anos, era seu amor perdido.  Provavelmente era o que ela pensava em muitos momentos da sua vida e o que deve ter contribuído muito pra sua infelicidade.   
O homem.... provavelmente GAY!!!!!
Ai gente.... talvez vocês pensem que eu estou supondo demais, mas após muita enrolação, como já disse, os dois se viram e ele simplesmente fala como ela estava maravilhosa e que o brilho dela ainda estava lá. Porém vocês sabem quando você vai ao cabeleireiro e ele quer realçar o corte ou uma escova e fica pegando no seu cabelo e jogando como se fosse realçar seu rosto. Pois é... o tal ex-namorado fazia igual!
Só sei que morri de pena da mulher...
Talvez seja... talvez não... mas se for... ela perdeu muito tempo da vida!
Tiremos uma lição disso!
Eu a partir de hoje não penso mais no se. Sai fora!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Zero

Não pisco.
Meus olhos abertos me enganam...a todo o tempo. 
Faço da jocosidade da vida uma tragédia
porque hoje, para mim, é assim. 
Não sei se ando doente ou coisa parecida. 
Não tenho febre, calafrios, dores abdominais e nem cefaléia. 
Não sofri nenhum acidente. 
Mesmo assim, não consigo ver graça nas ironias. 

Temos vários nomes durante a vida. 
Alguns prezamos outros preferimos esquecer.
E agora me pergunto: o que faço com o meu nome? 
Não quero mais... 
Já foi a palavra que me deixou mais feliz.
Já foi especial.
Já foi.

Falo muitas bobagens.
Talvez essas sejam as maiores de todas.
Meu peito aperta e não posso suportar.
Gostaria de ser especial.
Mas não sou.
Nunca fui.
Ninguém é.

Somos o despojo do universo...
E se eu morrer 
daqui a 20 anos ninguém vai chorar.
Porque somos assim 
tão insignificantes que esquecemos
e somos esquecidos.

Vivemos pouco e não vemos nada.
E minha singularidade?
Não há! Não há!
Teorias da física tem singularidades
O ser humano tem manias!
E formas diferentes de fazerem as mesmas coisas.

Meu nome...
Pensei que fosse especial...
Pensei que fosse eu....
Sou só uma e um não é nada
é quase zero.